Meriva e Zafira, hoje defasadas e alvos certeiros da renovação operada pela Chevrolet neste ano, já viveram dias de glória no passado. Quando chegou, em 2001, a Zafira surpreendia pelo sistema Flex 7, que permitia a acomodação de 7 ocupantes e, na ausência dessa necessidade, que os bancos da terceira fileira fossem recolhidos, sem afetar a capacidade original do porta-malas. Já a Meriva, no ano seguinte, impressionava pelo desenho preciso em suas linhas e vincos e pelas soluções de espaço interno, como o FlexSpace, sistema do banco traseiro que permitia rebatimento de cada um dos três lugares. Quem esperar extrair da Spin, suplente de Zafira e Meriva, o mesmo sentimento de inovação e refinamento técnico pode se frustrar. Melhor dar mais valor aos outros atributos da nova minivan.
O primeiro deles é o preço. Por R$ 44.590, a Spin traz o que se espera de um automóvel desse valor: direção hidráulica, ar-condicionado, travas e vidros elétricos e ajuste de altura do banco do motorista e do volante. Trata-se do primeiro pacote da versão LT. No segundo catálogo, ela agrega rodas de liga leve e CD player com MP3 e Bluetooth, por R$ 45.990. Para ter câmbio automático na LT, paga-se R$ 49.690.
Na LTZ, somam-se aos equipamentos do catálogo intermediário da LT rack de teto, computador de bordo, sensor de estacionamento e volante multifuncional – além, claro, da terceira fileira de assentos, que eleva sua capacidade para sete passageiros. Custa R$ 50.990 com câmbio manual, ou interessantes R$ 54.690 quando equipada com câmbio automático e piloto automático. Itens obrigatórios de segurança, como ABS com EBD (distribuição de frenagem) e airbag duplo são comuns a toda linha.
Mercado
Segundo as expectativas da GM, a Spin venderá 2.800 unidades por mês, montante superior aos emplacamentos de Meriva e Zafira somados. Previsões convertidas em realidade, tais números a colocariam na liderança do segmento, desbancando a Fiat Idea, rival que vende, em média, 1.800 carros/mês, segundo dados da Fenabrave. A mnivan da montadora italiana só não aparece na tabela acima porque não possui versão com 7 lugares.
Impressões
O G1 experimentou a Spin de 7 lugares na versão automática por cerca de 150 km em São Paulo, sendo 50 km ao volante e o restante como passageiro – sempre em circuito rodoviário, ora na Marginal do Pinheiros, ora na Castello Branco, mas nunca num trajeto especificamente urbano.
O câmbio automático de seis velocidades é o mesmo que orquestra o desempenho do Cruze. Casado com ele está o Econo.Flex, já conhecido em sua versão 1.4 que equipa Meriva, Corsa e Agile. Aqui, ele foi ampliado para 1,8 litro, com 106 / 108 cavalos e 16,4 / 17,1 kgfm de torque.
Não há harmonia entre ambos. O câmbio é muito bom no Cruze, que leva um motor 1.8 16V mais moderno sob o capô, mas não em parceria com o Econo.Flex. É como colocar Neymar pra jogar num time da terceira divisão – lhe faltará alguém para tabelar.
Além disso, a Spin sofre pra ganhar velocidade, e as reduções de marchas são nitidamente bruscas. Voltada para o conforto, a suspensão absorve bem as imperfeições do piso, mas cobra a conta com uma estabilidade ruim.
Mas há boas notícias: o silêncio a bordo e rodar a 120 km/h com o conta-giros apontando 2.900 rpm. Méritos da sexta marcha, que ainda garantiu a boa média de 9,5 km/h, segundo o computador de bordo.
Spin x Cobalt
A principal vantagem da Spin sobre o sedã Cobalt, de quem empresa a arquitetura, está no visual. A conversa entre faróis e grade é infinitamente mais harmoniosa, chegando a lembrar o SUV Traverse, vendido lá fora – e isso é um elogio. Os vincos na lateral funcionam no sentido de dar volume à minivan. E a traseira, embora não seja a mais inspirada entre suas similares, é limpa e não comprometedora. Incomodam, no entanto, as rodas de 15 polegadas que, de tão pequenas, tornam a carroceria algo gigantesco e desproporcional.
Da porta para dentro, mais “Cobalt feelings”. A começar pelos tons usados e, principalmente, pela dupla painel de instrumentos/volante, certamente a mais feliz entre as minivans. A Spin ainda leva vantagem nos 32 porta-objetos, embora alguns seja figurativos, como aqueles ao lado do rádio, cuja curta profundidade limita alojar carteiras e celulares, por exemplo.
Quanto ao acabamento, há distorções como rebarbas aparentes e encaixes distantes da perfeição, ante revestimento dos bancos em tecido de boa qualidade. Falando em bancos, eles poderiam ser maiores. A terceira fileira de bancos é um recurso útil, onde é possível comportar um adulto (sem maltratá-lo) ou duas crianças, mas nunca dois adultos. Já o espaço para quem vai na segunda fileira de bancos não é o "latifúndio" encontrado no Cobalt.
A Spin pode levar vantagem sobre o Cobalt hoje, porque o sedã só é vendido com motor 1.4. Mas a chegada dele com o mesmo motor da minivan, prevista para os próximos meses, o tornará uma opção mais interessante para quem não tem que carregar sogra, sogro, amigos dos filhos, etc.
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Fonte: http://g1.globo.com/carros
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