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12 julho 2012

Tecnologia: Galaxy Player


Samsung parte para o ataque contra o iPod touch com o tocador Galaxy Player

  • Tocador Galaxy Player 4.2 tem um formato que lembra muito o smartphone Galaxy S II
    Tocador Galaxy Player 4.2 tem um formato que lembra muito o smartphone Galaxy S II
Nos últimos anos muito se escreveu sobre a Apple, mas nada maculou a fama do iPod Touch.
Em síntese, o iPod é um iPhone sem a conta referente à telefonia celular. Ele faz quase tudo o que o iPhone faz – utiliza 600 mil aplicativos, reproduz filmes e músicas, exibe livros digitais, faz fotografias e vídeos, checa e-mails e permite a navegação por websites – mas sem que o usuário seja obrigado a firmar um contrato draconiano com a Verizon ou a AT&T. Quando se acrescentam as taxas mensais, o custo de um iPhone em um período de dois anos é de US$ 1.880. Já o custo do iPod é de apenas US$ 200.
A única desvantagem colossal é, naturalmente, o fato de o iPod Touch não poder se conectar com a rede de telefonia celular. Ele se conecta à Internet somente por Wi-Fi, de forma que o aparelho não é bom para fornecer instruções de navegação “turn-by-turn” por GPS. Mas o iPod Touch lida muito bem com telefonemas e mensagens de texto, pelo menos onde existem pontos de conexão Wi-Fi. Diversos aplicativos – como o Skype, o Line2, o TextFree With Voice e o Messages da Apple – possibilitam ao usuário fazer ligações e enviar textos por Wi-Fi.
(Milhões de adolescentes mostram-se  satisfeitos com um iPod Touch, em vez de um iPhone, para o grande alívio dos seus pais, que temem estouros de orçamento. Vejamos por exemplo o caso do meu filho, que está no primeiro ano do segundo grau. Eu não pago um centavo por ligações ou textos com o iPod Touch dele. Entre a escola, a casa e as residências dos amigos, ele fica perpetuamente conectado a ligações Wi-Fi. O único momento em que não dá para contactá-lo é quando ele está em trânsito).
É claro que essas notícias são velhas, não é de se admirar que a Apple esteja vendendo cerca de 22 milhões de aparelhos iPod Touch por ano. A surpresa é o fato de o iPod Touch ter se apoderado inteiramente desse nicho enorme sem que houvesse muita concorrência por parte de companhias rivais.
Finalmente, um concorrente
Mas a Samsung percebeu o que está se passando.
A sua família de aparelhos rivais do iPod Touch, a chamada série Galaxy Player, chegou ao mercado no último inverno norte-americano, e agora já surgiu uma segunda geração de aparelhos mais delgados e melhores. Na semana passada, foi lançado o melhor Galaxy Player que a companhia produziu até o momento: o Player 4.2 (US$ 200, o mesmo preço do iPod Touch).
É claro que o atual iPod Touch tem os seus charmes. Ele possui o display Retina – uma tela tão clara e de alta definição, que podemos enxergar pixels individuais. Este é o mais delgado e bonito aparelho do gênero no mercado.
Mas talvez o mais importante seja o fato de ele pertencer ao universo da Apple. Ele se conecta à maior loja de aplicativos do mundo, um centro de vendas atraente e bem abastecido de músicas, filmes e programas de TV. E há para esse aparelho uma infinidade de capas, acessórios e bases de suporte. O seu conector de carregamento de bateria se tornou tão padronizado que ele pode ser usado em carros e relógios despertadores de hotel onde quer que o usuário vá.
Ou seja, uma alternativa como o modelo da Samsung precisa de um argumento muito convincente.
Mas a argumentação da Samsung de fato convence. É como se a companhia estivesse tentando dizer: “Nós somos em relação ao iPod Touch aquilo que os telefones celulares Android são para o iPhone. Ou seja, nós proporcionamos uma liberdade de opção muito maior. Nós oferecemos aquilo que a Apple não oferece – em termos de tamanho de tela e diversidade de fabricantes. Não temos nenhuma obsessão quanto à adequação de todos os aplicativos da nossa app store. Ao contrário da Apple, não padecemos de nenhuma fobia bizarra quanto a componentes removíveis, como baterias e cartões de memória. Quando o consumidor se cansar do perfeccionismo do tipo é-pegar-ou-largar que caracteriza a Apple, nós estaremos esperando por ele”.
Sob diversos aspectos, o Player 4.2 é idêntico ao iPod Touch. A sua bateria conta com a mesma duração (40 horas de reprodução de músicas, cinco horas de vídeo). E ele é utilizado da mesma forma: tela multitoques, teclado de tela, e ausência de comandos de voz. Assim como o iPod Touch, ele possui uma câmera anterior (sem flash) e uma câmera posterior de baixa resolução para conversas por vídeo. O aparelho vem também com Bluetooth para a reprodução de músicas através de alto-falantes do carro ou de headphones sem fio.
  • Divulgação
    A tela do aparelho é de 4,2 polegadas e ele conta com uma câmera traseira de 2 megapixels
Diferenciais do Galaxy Player
O Player 4.2 é bonito. O seu invólucro de plástico, com bordas confortavelmente arredondadas, não se compara ao acabamento metálico espelhado do iPod Touch, mas ele não fica muito atrás.
O Player não é tão leve nem delgado (ele tem 8,9 milímetros de espessura, contra 7,1 milímetros do iPod Touch), mas essa dimensão um pouco maior possibilita que o aparelho tenha um painel anterior removível. E dentro dele há duas coisas que o iPod Touch não oferece: uma bateria removível e um encaixe para cartão de memória.
Na verdade o usuário provavelmente precisará comprar um cartão de memória, já que o Player vem com apenas quatro gigabytes de memória disponível para os arquivos. Mas o importante é que a capacidade do Player é determinada pelo usuário. É bom dispor de opções, não é mesmo?
O Player oferece vários recursos relativos a hardware que sem dúvida superam os do iPod Touch. Por exemplo, ele possui alto-falantes estéreo, em vez de mono, inteligentemente posicionados em direções opostas.
É verdade que não será possível detectar muita separação sonora entre os canais direito e esquerdo, a menos que, é claro, você equilibre o aparelho sobre o seu nariz. Mas, de forma geral, o volume e a fidelidade do som do Player são muito melhores do que os do iPod Touch.
O Player possui também alguns recursos que são opções pagas extras e que não existem no iPod, como um carregador especial e earbuds dotados de microfone ligado ao fio.
Como este aparelho opera com Android (a versão antiga 2.3), ele trabalha com a maioria dos 400 mil aplicativos oferecidos pela Android app store. Todos os aplicativos essenciais estão disponíveis: as versões para Android do Angry Birds Space, DrawSomething e outros. Na verdade, ele conta com as versões integrais, sem propagandas, do Angry Birds, Need for Speed: o Hot Pursuit e o FIFA2012 já vêm instalados.
Se o usuário conectar o Player a um celular que não seja smartphone via Bluetooth, ele poderá fazer e receber ligações telefônicas no Player, mesmo que não esteja conectado por Wi-Fi.
A Samsung chama atenção para o fato de que este pequeno e estranho recurso é ideal para adolescentes. Agora os pais podem pagar a companhia de telefonia celular apenas por um plano básico (por exemplo, US$ 30 por mês, em vez de US$ 70), e mesmo assim o filho adolescente poderá contar com recursos comparáveis aos de um telefone celular Android totalmente equipado. Esse truque faz com que seja acrescentado ao aparelho o único recurso do qual o Player não dispõe: uma conexão via telefonia celular.
(Há, porém, algumas desvantagens quanto a isso. Primeiro, os seus filhos desejarão andar por aí portando dois aparelhos? Se eles desejarem, por que não usar simplesmente o telefone celular de verdade para fazer ligações? E, usando este artifício, não será possível ligar digitando os números no Player. O usuário só poderá pressionar os nomes que já estiverem programados no aplicativo de agenda telefônica).
Problemas do aparelho
As outras novidades não são tão boas. A tela é muito melhor do que a do Galaxy Player de 3,6 polegadas (US$ 150). E 4,2 polegadas é um tamanho fantástico para jogos. O aparelho tem de fato uma tela bem maior para retratos e filmes do que o iPod Touch, cuja tela tem 3,5 polegadas.
Mesmo assim, a qualidade da tela não chega nem perto daquela do display Retina do iPod Touch, seja no que se refere à nitidez ou às cores.
A Samsung descobriu como exibir uma gama bem mais ampla de formatos de vídeo do que o iPod Touch, mas o Galaxy Player engasga nos vídeos de alta definição – até mesmo com o filme de demonstração que vem com ele.
A câmera de dois megapixels é muito ruim. Ela traz um bom recurso de varredura panorâmica, mas as suas fotos ainda são lavadas e de pouco contraste.
Uma outra desvantagem é a perda da sensação de coerência proporcionada pela Apple. Não há para o Player nem uma única loja de músicas e filmes perfeitamente integrada – mas apenas a mais caótica loja Google Play e a frugal loja Samsung (que oferece apenas vídeos) chamada Media Hub (a loja de músicas da Samsung será lançada em breve).
Sendo assim, qual é a vantagem do Samsung Player 4.2? Pelo mesmo preço de um iPod Touch, você disporá de uma máquina mais aberta, expansível e com uma qualidade de som melhor, além de acessórios que já vêm incluídos e uma tela maior (mas de menor resolução).
Para adotar este aparelho será necessário abandonar o universo bem organizado, bem fornido e bem integrado da Apple, e se contentar com uma mistura de serviços e de softwares que desempenham mais ou menos as mesmas funções.
No fim das contas, o Player deverá atrair especialmente os membros de um nicho de consumo significativo: os rebeldes. Os tecnologicamente sofisticados. Pessoas que gostam de dispor da liberdade de contar com cartões de memória e baterias removíveis. Pais que poderão apreciar a forma peculiar de fazer ligações telefônicas por meio de um telefone celular mais barato. Pessoas que são proprietárias de televisores Samsung recentes (o Player funciona como controle remoto para esses televisores). Qualquer pessoa que tenha um gene anti-Apple dominante.
Tirando isso, não fica bem claro quem poderia se beneficiar desse iPod Touch um pouco mais espesso e pesado e um pouco menos refinado. Até que esta questão seja respondida, é difícil imaginar que este mais recente aparelho da Samsung venha a ser um elemento significativo neste nicho que é dominado pelo iPod Touch.
Tradutor: UOL.
The New York TimesDavid Pogue
Do The New York Times

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